Os financiamentos para a compra da casa própria pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação) cresceram 11,5% de julho para agosto, indicando uma reversão no período de baixas vendas que o mercado imobiliário passou a enfrentar em 2016, quando os bancos reduziram o valor máximo do financiamento e ainda elevaram o valor da entrada.
O quadro começou a mudar quando, no primeiro semestre deste ano, foram liberados os saldos inativos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Muitos trabalhadores depositaram o dinheiro na caderneta de poupança, elevando o saldo dos bancos – especialmente os privados – para o financiamento imobiliário.
Apenas em setembro, os depósitos da poupança superaram os saques em R$ 3,65 bilhões. “Os bancos precisam separar 65% dos depósitos em poupança e investir no crédito imobiliário”, diz o presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), Luiz Antonio França.
Foi o que aconteceu, e os bancos, com mais dinheiro nos cofres, voltaram a emprestar em condições mais favoráveis. O Itaú baixou os juros para crédito imobiliário de 10,5% para 10,1% ao ano. O Santander diminuiu para 9,49% ao ano, assim como o Banco do Brasil, para 9,74%, e o Bradesco, 11,40%. Na média do mercado, os menores juros são da Caixa Econômica Federal, de 9,33% ao ano.
Para Flavio Domingos Prando, vice-presidente do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo), outros dois fatores também estão impulsionando a busca por financiamentos da casa própria: queda do preço dos imóveis e volta da confiança na economia.
“Quando a gente começa a retomar confiança, seja na manutenção do nosso emprego, seja na manutenção do nosso negócio, isso nos dá coragem na decisão de compra”, afirma Prando.
“E no momento em que a gente começa a ter uma oferta de crédito imobiliário maior, com o impacto da redução dos juros, juntam-se duas coisas positivas que impulsionam o mercado imobiliário”, diz o vice-presidente do Secovi-SP.